Seus princípios são formados desde muito novo, quando você é pequeno, a partir de como você é criado, inicialmente. São eles que ditam o que você gosta, o que você lê, escuta, assiste, procura saber. A partir disso você forma suas opiniões, como você lida com a vida, seus problemas, suas manias, seus vícios, exageros. Se você se respeita. Ou se gosta de si.
Logo também começa a surgir a experiência, o aprendizado, o que você aprende com o tempo e coisas que você absorve disso. O ‘se foder’ e conseguir tirar algo de produtivo até do fundo do poço. Até de onde você não tem mais esperanças.
Meus princípios sempre foram muito fortes para mim. Sempre tive dificuldades muito grandes justamente por conta disso, e até há muito pouco tempo tive de revê-los quase que completamente. Justamente por achá-los muito fortes, como traços que com certeza foram influentes diretos em minha formação, vindo de onde vieram e de onde os coletei, sempre me disseram muito claramente pra mudar alguma coisa. O status-quo nem sempre foi um objetivo. A paz de espírito nunca foi uma necessidade.
É aquela coisa de mudar, de não cair no rotineiro. De procurar lutar pelo que você acredita, seus ideais. Tenho certeza que, no total, esse pensamento é apenas um dos que aprendi com meus meios. Da experiência. E tenho a mesmo certeza de que não sou o único (esse sentimento de mudar alguma coisa, em você ou nos outros, é quase mundial).
Mas o que eu realmente quero discutir não é sobre os meus princípios, nem os seus, e muito menos opiniões. O que você acha sobre conformismo and all that crap. Eu sei que eu não gosto, e é por aí que eu paro.
Porque eu não gosto. Acho bom a coisa do anti-conformismo de querer sempre uma coisa melhor das coisas. Porque nada esta 100% bem, então pode-se melhorar. Melhorar apesar de podar-nos sempre que entramos detalhadamente em qualquer assunto, impossível de discordar. Mas por ali seguimos.
Eu não quero ter a rotina. Acordar, trabalhar, voltar pra casa e cair nessa coisa que a vida vai definir. Por mim EU TAMBÉM teria uma vida de músico, fazendo shows a torto e à direita, ganhando ma grana e conhecendo o mundo inteiro com o meu trabalho. Mas né.
Só que isso é exatamente o que as pessoas que não gostam do conformismo reclamam dele: reclamam porque não podem vencê-lo, isso sim.
Porque é por isso que eu quero que você fique, ou por isso que eu te odeio sempre ao pensar que nesse seu plano, seu egoísmo falou mais alto. (Por isso que me incomoda saber que isso aconteceria de qualquer maneira.)
Que nos rebelemos contra o conformismo de maneiras diferentes, então. Tudo bem. Mas o que eu quero é aceitar. E cair na mesma rotina. De vê-la todo dia, de sair nos finais de semana, de termos sempre grandes problemas irremediáveis, e pequenos problemas que sempre tiramos de letra. Fico é puto porque é exatamente isso.
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Porque eu revogo MEU direito de escutar o que MEUS princípios dizem, só pra ver você ficar, e você não fica. Principalmente porque já cheguei no ponto que eu vi, presenciei, senti ainda mais que você que estavas arrependida, e que eu queria era correr dali o mais rápido possível, o mais distante que eu chegasse porque eu não podia dizer pra você desistir dos SEUS princípios, e acabei, enfim, te empurrando para o abismo de seguir em frente, para nunca mais te ver em nenhum dos dias da minha rotina.