situações perfeitas montadas puramente pela vida #1

prestes a andar MENOS DE 50 METROS até onde havia estacionado:

-po marcelô, não to curtindo essa vibe, cara. me acompanha até o carro ali, fazfavor.

no meio do caminho, vindo de quatro menores sentados em uma escada COM DOIS CACETETES AMARRADOS JUNTOS POR UMA CORRENTE:

-… mas UÉ, aí eu matava o policial também!

-dã, mas aí você assinaria por matar o cara E o policial, ia ser muito pior.

-foda-se, além de matar o cara, eu matava o policial também, quero nem saber. filhodaputa isso sim.

pois é.

valeu marcelo por ter me acompanhado até o carro.

situações perfeitas montadas puramente pela vida #2

fui na farmácia comprar líquido pra lente de contato e camisinha. dirijo-me ao caixa. sob olhares do atendente:

-não vai dormir em casa hoje, né?

(HA-HA-HA SEU ENGRAÇADINHO FILHODAPUTA)

-não na casa onde eu gostaria de dormir.

porque, né?

fff

é aquela coisa que você acaba sentindo sem querer. muito aquela oportunidade que você deu, você normalmente não daria. mas como isso afeta sua vida você nunca vai fazer idéia. a não ser que naquele segundo, SÓ NAQUELE SEGUNDO, que você virou e se deu a chance de pensar que aquilo seria uma boa idéia, você se deu créditos suficientes. porque pessoas como eu não se davam crédito nenhum. mas pessoas como eu também aprendem a se dar todo o crédito do mundo.

principalmente quando é do mundo que estamos acostumados a carregar nas costas.

não sei se vocês viram. tem algumas ações que vejo nas pessoas ou nos filmes, interpretadas mesmo, que me marcam. tenho esse sentimentalismo, ou melhor, essa sensibilidade exacerbada. desde sempre. então quando eu vejo alguma coisa que me marca, é porque eu realmente me conectei com aquilo. voltando: eu gosto do filme Hitch. acho justo. é aquele tipo de amor que eu acredito. vamos lá que o filme nem é essas coisas, eu sei. chick flick completo. mas tem uma cena, e é a cena que o Will Smith se declara pra cover da Fergie lá, nunca lembro o nome dela. que ele esta na porta do apartamento dela, e ele pede pra ela fechar a porta e da todo aquele discurso (que é bonitinho e tudo). mas tem uma coisa que ele faz, um gesto, que é exatamente daquele jeito que eu me sinto as vezes. que você ta tão fora de si (de raiva, de nervoso, de inpaciência, de amor) que da vontade de você enfiar a mão no seu peito e tirar seu coração e apertar ele pra mostrar pra pessoa o quanto é EXATAMENTE AQUILO o que você ta sentindo.

talvez seja o que eu espero quando as pessoas falam que elas são completamente transparentes comigo. porque eu sei que eu sou com elas. e na troca de valores, na mesa do lado que todos os meus órgãos e pensamentos estiverem expostos ali pra degustação e dissecação, quero ver os dela também. ali. pra eu também degustar e dissecar. porque é isso que eu acho que completa honestidade é.

porque eu não devo nada pra ninguém, porque que as pessoas têm que dever pra mim? mas eu to fugindo do ponto.

mas é assim que eu tenho me sentido. eu quero arrancar meu coração pela boca pra mostrar pras pessoas o quanto eu to feliz. o quanto eu to finalmente recebendo o que eu sempre achei que eu merecia, mas só recentemente eu ME OBRIGUEI a merecer. EU FIZ POR MERECER, cacete, me custou muito a ver.

e agora eu to aqui. ainda mostrando que eu mereço. feliz pra caralho.

aaa datilógrafo

clique na imagem para dar zoom. aproveite.

digerir merda?

o quanto vale a pena você continuar? as vezes é ridículo perguntar isso, e a maioria das pessoas provavelmente vão entender isso da maneira errada, mas você é você, e vamos seguir aquela padrão foda-se os outros. você sabe do que você é capaz, onde você quer chegar, o que te que fazer para conseguir chegar onde você se projeta daqui a alguns anos. certo? ou errado?

não questione.

continuar no sentido de continuar mesmo. sabe?

vamos pular o zé roela que tá falando que você quer se suicidar. você também ouve ele, e você vai mandar ele tomar no cu suave.

você pensa, re-projeta todas as suas expectativas, revê tudo o que queria comprar, viagens a fazer, finais de semana perdidos por dar um tempinho, ou a somatória de todos os 10 minutos que você ficou depois das 19 horas sentado quando deveria era estar no trânsito. e não que o trânsito seja melhor, mas convenhamos: nem tudo que vem “a mais” vale a pena. não tente generalizar.

as vezes tudo o que eu falo é meio bosta. não me menosprezando, porque eu sei muito bem quando eu falo sério e quando eu falo bosta, e quando eu mereço ter atenção, e quando eu só estou recitando algo pronto da minha cabeça: mas palhaçada é universal. assim como bom gosto, e isso é verdade: quando o negócio é bem feito, não a negação. você pode não gostar, pode achar feio, pode até fazer melhor, mas o conjunto da obra fala por si.

um dia eu chego nisso ai. passo disso logo depois.

parece nóia demais pra uma coisa de pouca duração. mas eu to dizendo que isso me remete ao meu primeiro namoro: eu aguentei muito tempo, muita merda. aguentei até o momento que achei que era merda demais. (todo mundo é obrigado a aguentar merda. tomar no cu. hoje inventei a expressão “cara de quem tomou no cu”. não sei o quanto isso faz sentido fora da minha cabeça, mas vamo omar no cu ae gente? vocês vão ver que é dahora. e olha que nem sou parâmetro.) porque merda tem limite.

profetizo: merda-tem-limite.

acho que achamos outro bom senso universal: merda. pra mais e pra menos, acho fácil de ser reconhecida.
digerir já é outra história. e nem é tão longe desse ponto de partida.

(ou entendam tudo pelo resumo “saber dar valor a si”)

Sometimes.

Sometimes we are all like “FUCK YEAH, DUDES” and clapping hands to each other with smiles on our faces and shit like that.

The other time we were like “That’s super awesome”, drinking some shit in this shit’s bottle and talking about how life would be in a distant time or a distant place, or if we were in different places and what if we would’ve never met. And it was weird for me at the time why we would enter topics like those in our conversations but that’s not something to talk about now, anyways.

In my head, more often than i would like, i picture myself with a plastic bottle drinking some dew or other cola shit, all alone in what it seems to be a abandoned park with that rusty ferris weel in the back ground, or an old railway that passes by the middle of this town (which i have no idea which would be, if it even exists or that this even matters in the whole subject), or in a abandoned skate park with some graffiti in the walls and pipes and stairs, stickers glued to the rails and the rest of the scenario i think you can already make it yourself,  with that Back to the Future Vest, a grey hoodie, denim pants that people think it’s not for men just because they are slim, my old black shoes, just like i would dress for a cold day and that face that when you look at it, it says nothing. Just staring blank in front of me.

I think that would make a good portrait of someone. Maybe.

Because most of the portraits i imagine, of people i love and strangers passing by in the middle of the croud when they would have no idea i would shoot them, or even self-portraits, will never happen.

And in the end that makes me wonder if ANYTHING will ever happen. Somethings already happened, hurray!, but that’s not the point.

Again: i think you know what i’m trying to say.

But any other times, we are like “Fuck this shit, fuck everybody, fuck everything, fuck you, fuck me and shall all these things be fucked really hard and KABOOM THE SHIT HAPPENS AND EXPLODED EVRYTHING YOU WERE THINKING ABOUT AND-”

Two seconds later you swipe all that thought from your mind and just keep going with the things you do, doing he things you do and everything like that just because, somehow, SOMEHOW (and shit, i hate this fucking ‘somehow’ shit) you just know you can make it happen. And even though that ‘perfect moment’ already proved itself it doesn’t exists, you know that the time will come. That feeling inside.

The feeling inside, you know? The one that don’t let you glue your ass to the couch? That feeling.

Most of the times.

marcelo e lucas fazendo bosta ko role^

3 páginas

Sem título

Era inverno, e eu suponho que era começo de julho naquelas mesas depois da catraca. Era aquela ambiente que por mais que passamos um ano inteiro lá, era desagradável. Temível. Mas fazer o que? É o que nós nos pusemos a passar. Eu, com certeza. Você também, eu sei. Naqueles 4 lugares fixos nas mesas juntas, todos ocupados. Não por pessoas que você tivesse algum carinho, e, por mim, pessoas que criei uma ligação muito forte enquanto durou.

Essa coisa de primeira aula… Estava frio, se faltei na aula, por mais que não a lembre, posso dizer que não era das melhores. Eu resolvi poupar-me, assim como muitas outras vezes que poupei meu tempo com aulas que não preencheriam-me em nada. Afinal: passava a maioria delas pensando em você, antes e depois de nos conhecermos, não importava mais. Você tomou partes do meu subconsciente em progressão geométrica. Nem pra pedir permissão. Nem pra aceitar agora, quando peço expulsão.

Tenha a posse. Por tempos, por direito. Agora não mais. Devolva o que é meu por documento.

Também não era a mais pontual de todas. Quantas vezes não cheguei atrasado propositalmente apenas motivado a te ver sentada no alto daquela escada, nem consigo mais contar. Tomar parte do seu campo de vista era algo que eu fazia questão, e hoje vejo que deu certo. Romanticos não são muito estrategistas.

Nessa desistência de comparecer à primeira aula, eu já a esperava. Sentado nas mesas mais à frente da catraca, para te ver chegar. Jogava Tetris numa tentativa frustrada de passar os minutos mais rápidos. comentava as notícias do jornal com os amigos. Fazia de tudo para que os 50 minutos, padrão das aulas, passassem mais rápido.

Não sei o que tinha na cabeça. Tenho essa memória fotográfica que me inveja. Não decoro nomes. Minha cabeça não aguenta a variadade deles. Mas nas imagens me saio muito bem. Eu estava usando uma bermuda, que era a opção óbvia na minha cabeça, independente da temperatura. Esse Vans que eu poderia costurar na minha pele, já que ele não sai do meu pé. E só um moletom preto. O João, um moletom cinza. A Sandra, uma camisa branca, com um cachecol vinha e outra blusa aberta de lã preta. O João à minha esquerda, Sandra à frente de João. Neles que eu me segurava no nervosismo de te encontrar.

Enquanto o tempo passava, mais a cadeira onde eu sentava não tinha espaço para me aguentar. Eu ia aumentando. Traços da possibilidade de tudo aquilo ter sido em vão passavam pela minha cabeça, mas eu sabia que iria pagar, um momento ou outro.

O sinal tocou, então. Concentrado no Tetris, eu também esperava um pouco após para te esperar. O tempo de você terminar e apagar o seu cigarro, e entrar. Olhava para as catracas te esperando, e olhava para a entrada dos corredores, esperando outras pessoas. Esse imediatismo da vontade de te ver. O que a espectativa aumenta na nossa cabeça.

Quando você apareceu pelos corredores, eu me segurei para não levantar. Aquela imbecilidade de não mostrar uma felicidade exagerada. Nunca deveria ter me apegado a isso.

Você estava vestindo um all-star nada costumeiro, aquele seu azul-marinho. Sua calça preta. Aquelas calças justas que marcam sua silhueta de uma forma que te deixa sexy. Mas sou suspeito a falar: tinha um tesão descomunal por você. Com um casaco 3/4, e um cachecol. Você estava usando uma tiara no dia, também. Deixava seu rosto à mostra claramente. Quando te vi, parecia que você estava brilhando branco de tão linda que estava. E vinha em minha direção. Eu era a pessoa mais feliz. Tenho testemunhas.

Todas as questões que pensei em te fazer sumiram. Porque você tinha chegado mais cedo? Porque entrou na aula? Porque… Tudo sumiu. Nem depois consegui lembrar o que me questionei, mas também nada mais importava. Você estava linda. E não era só linda. Você estava feliz. Você estava feliz, um momento muito raro.

Foi tudo por causa disso.

Por algum lugar isso tem que sair.

Princípios, rotinas ou a falta deles

Seus princípios são formados desde muito novo, quando você é pequeno, a partir de como você é criado, inicialmente. São eles que ditam o que você gosta, o que você lê, escuta, assiste, procura saber. A partir disso você forma suas opiniões, como você lida com a vida, seus problemas, suas manias, seus vícios, exageros. Se você se respeita. Ou se gosta de si.

Logo também começa a surgir a experiência, o aprendizado, o que você aprende com o tempo e coisas que você absorve disso. O ‘se foder’ e conseguir tirar algo de produtivo até do fundo do poço. Até de onde você não tem mais esperanças.

Meus princípios sempre foram muito fortes para mim. Sempre tive dificuldades muito grandes justamente por conta disso, e até há muito pouco tempo tive de revê-los quase que completamente. Justamente por achá-los muito fortes, como traços que com certeza foram influentes diretos em minha formação, vindo de onde vieram e de onde os coletei, sempre me disseram muito claramente pra mudar alguma coisa. O status-quo nem sempre foi um objetivo. A paz de espírito nunca foi uma necessidade.

É aquela coisa de mudar, de não cair no rotineiro. De procurar lutar pelo que você acredita, seus ideais. Tenho certeza que, no total, esse pensamento é apenas um dos que aprendi com meus meios. Da experiência. E tenho a mesmo certeza de que não sou o único (esse sentimento de mudar alguma coisa, em você ou nos outros, é quase mundial).

Mas o que eu realmente quero discutir não é sobre os meus princípios, nem os seus, e muito menos opiniões. O que você acha sobre conformismo and all that crap. Eu sei que eu não gosto, e é por aí que eu paro.

Porque eu não gosto. Acho bom a coisa do anti-conformismo de querer sempre uma coisa melhor das coisas. Porque nada esta 100% bem, então pode-se melhorar. Melhorar apesar de podar-nos sempre que entramos detalhadamente em qualquer assunto, impossível de discordar. Mas por ali seguimos.

Eu não quero ter a rotina. Acordar, trabalhar, voltar pra casa e cair nessa coisa que a vida vai definir. Por mim EU TAMBÉM teria uma vida de músico, fazendo shows a torto e à direita, ganhando ma grana e conhecendo o mundo inteiro com o meu trabalho. Mas né.

Só que isso é exatamente o que as pessoas que não gostam do conformismo reclamam dele: reclamam porque não podem vencê-lo, isso sim.

Porque é por isso que eu quero que você fique, ou por isso que eu te odeio sempre ao pensar que nesse seu plano, seu egoísmo falou mais alto. (Por isso que me incomoda saber que isso aconteceria de qualquer maneira.)

Que nos rebelemos contra o conformismo de maneiras diferentes, então. Tudo bem. Mas o que eu quero é aceitar. E cair na mesma rotina. De vê-la todo dia, de sair nos finais de semana, de termos sempre grandes problemas irremediáveis, e pequenos problemas que sempre tiramos de letra. Fico é puto porque é exatamente isso.

Porque eu revogo MEU direito de escutar o que MEUS princípios dizem, só pra ver você ficar, e você não fica. Principalmente porque já cheguei no ponto que eu vi, presenciei, senti ainda mais que você que estavas arrependida, e que eu queria era correr dali o mais rápido possível, o mais distante que eu chegasse porque eu não podia dizer pra você desistir dos SEUS princípios, e acabei, enfim, te empurrando para o abismo de seguir em frente, para nunca mais te ver em nenhum dos dias da minha rotina.